Paulo e Bianny permanecem durante todo o dia na Avenida Eduardo Elias Zahran, pedindo por ajuda
Às 15h desta segunda-feira (6), os termômetros marcavam 32ºC na Capital e, pensando na temporada de calor, o morador de rua Paulo Henrique Ernica, de 48 anos, improvisou uma cobertura para sua cachorrinha na Avenida Eduardo Elias Zahran.
Há cerca de cinco anos vivendo em Campo Grande, Paulo explica que Bianny se tornou sua companheira há quatro anos. “Encontrei ela na rua com doença do carrapato e levei para cuidar. Desde então não abandonei mais. Eu falava 'viene qui', que em italiano é "vem aqui" e ela começou a atender. Aí deixei Bianny porque é parecido”, disse.
Sem proteção contra o sol para si mesmo, ele relata que fez a cobertura por entender que era uma necessidade básica para a companheira devido às altas temperaturas. “Eu fiz para proteger ela porque eu não visto um casaco de pele diariamente, mas ela sim. Ela é tudo para mim”.
Deus colocou ela junto comigo porque ele sabe que a gente precisa. Eu entendo ela e ela me entende também, então não abandono por nada. Eu procuro fazer o melhor para ela, mas sei que ela faz muito mais por mim, diz.
Paulo explica que é de São Paulo e que perdeu o rumo da vida após ser furtado ao chegar em Campo Grande. “Eu cheguei aqui e furtaram meus documentos no Cetremi, então não tenho mais. Mexia com artes plásticas, mas deixei para lá. Eu me sentia só antes dela, ela é minha companheira, minha psicóloga, minha amiga”.
Com a ajuda recebida diariamente no semáforo, Paulo conta que conseguiria alugar um quarto na região, mas para isso precisaria abandonar Bianny. “Eu não abandono ela por nada, então prefiro continuar morando na rua”.
Sobre sua situação atual, ele relata que o essencial é conseguir a 2º via de seus documentos e, assim, retornar para São Paulo, mas desta vez com a companheira. Sem celular ou telefone, quem puder oferecer ajuda deve encontrar Paulo na Avenida Eduardo Elias Zahran, esquina com Avenida Costa e Silva.
Comentários