Direção do hospital culpa falta de repasse do município; Prefeitura afirma que valor foi pago antecipadamente
Diante do atraso no pagamento dos salários correspondente ao mês de janeiro, funcionários da Santa Casa de Campo Grande fizeram, por volta das 7h30 desta terça-feira (11), uma manifestação em frente ao hospital cobrando os valores, que estava previsto para ser creditado em conta no dia 7. Ao todo, a unidade possui cerca de 3.500 funcionários.
O presidente do Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), Lázaro Santana, afirma que os funcionários exigem o pagamento integral dos valores ainda hoje para evitar a paralisação dos trabalhos.
“Ontem foi informado que para o pagamento dos salários tinha saído, mas agora estão dizendo que o pagamento será proporcional. Os serviços já estão reduzidos porque cerca de 300 funcionários estão de atestado, uma paralisação pode afetar ainda mais. Então tudo vai depender do salário cair na conta”, afirma o sindicalista que representa 1500 funcionários da enfermagem do hospital, entre auxiliares, técnicos e enfermeiros.
Na categoria de apoio, são mais de 1400 funcionários. O presidente do Sintesaúde, sindicato que representa trabalhadores em estabelecimentos de saúde em Mato Grosso do Sul, Osmar Gussi, também afirma que o atraso no pagamento é corriqueiro no início de todo ano. “Essa é uma situação que ocorre todo mês de janeiro porque depende de recurso do município. Junto a falta de pagamento existe a preocupação com a nova onda da covid. Ninguém tem respeito com trabalhadores da saúde, batem palmas, dão parabéns, mas isso não resolve o mínimo que queremos é o pagamento dos salários”, exige o representante.
O presidente da Santa Casa de Campo Grande, Heitor Rodrigues Freire, confirmou o atraso nos pagamentos, mas reforçou que a situação foi provocada pelo atraso no repasse do município em recursos oriundo do Governo Federal. “Esse movimento está equivocado, ele deveria acontecer no gabinete do prefeito. No mês de janeiro há históricos de atrasos no repasse, portanto esse movimento é demagógico”, disparou Freire que garantiu ainda que os pagamentos serão efetivados assim que os recursos forem transferidos.
Na contramão das informações repassadas pela direção da Santa Casa, a prefeitura de Campo Grande, por meio da secretaria municipal de saúde, informou que não há nenhum repasse em atraso a ser feito para o hospital e que inclusive foram antecipados valores para a unidade.
“Ontem a tarde (10), foi depositado no fundo municipal de saúde o valor do prefixado nacional e estadual, que será repassado à instituição ainda na manhã de hoje (11). Cabe esclarecer que o prazo legal para que o mesmo seja repassado é até dia 31, desta forma o mesmo está sendo antecipado. O valor global do contrato é de aproximadamente R$24 milhões por mês”, esclareceu a prefeitura em nota.
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