POLÊMICA

Globo encerra contrato com José Mayer após dois anos de caso de assédio

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Após o autor Aguinaldo Silva fazer coro no Twitter pela volta do ator José Mayer no último dia 14 (segunda-feira) e o assunto tomar conta do noticiário de celebridades na tarde desta terça-feira (15), a Rede Globo emitiu um sucinto comunicado a imprensa anunciando o encerramento da parceira de mais de 35 anos com o artista. Segundo comunicado, "a  Globo  e o ator José Mayer informam o fim da parceria, de comum acordo, no final de 2018". 

José Mayer , que estava afastado de trabalhos na emissora por tempo indeterminado desde abril de 2017 após ser acusado pela figurinista Susllen Tonani de assédio sexual, não teve nenhum elogio por parte da emissora, que não explicou os termos do encerramento e nem se haverá cláusulas em um eventual contrato para manter em sigilo da decisão. 

" Depois de mais de 35 anos de uma trajetória iniciada na novela ‘Guerra dos Sexos’, em 1983, com participação em mais de 40 obras, entre novelas, séries, minisséries e especiais, a Globo e o ator José Mayer informam o fim da parceria, de comum acordo, no final de 2018 ". 

"Estou pronto"

Porém, na tarde desta terça-feira (15), o colunista Alessandro Lo-Bianco, no programa "A Tarde É Sua", apresentado por Sonia Abrão, falou sobre o desejo que ator demonstrou em voltar a atuar na TV durante uma conversa por telefone. Para Lo-Bianco, Mayer disse: "Estou pronto, estou pronto 100% (físico e pscicologicamente) pra voltar a atuar e sinto tanta falta de atuar como me sinto preparado hoje para voltar. Estou preparado para a televisão, mas também para o teatro".

Já o autor Aguinaldo Silva, responsável por folhetins como "Senhora do Destino" e "Império", saiu novamente em defesa de Mayer. 

O ator, que estava cotado para retornar à TV na atual novela das 21h, "O Sérimo Guardão", teve seu nome barrado pela direção com medo de represália por parte dos contratados. Mayer, no fim de 2018, ficou internado por 30 dias após ser diagnosticado com granulomatose. Ao colunista Alessandro Lo-Bianco, o ator falou que a sua "a doença está totalmente controlada e hoje eu posso dizer que estou 100% saudável", ressaltando que não há nenhum empecilho limitando sua vida ou seu retorno ao trabalho. 

Mayer, após ter negado a acusação, em meio as manifestações que tomaram conta dos corredores da emissora e com  a criação do movimento #MexeuComUmaMexeuComTodas , admitiu e reconheceu que errou, sem entrar em especificidades em uma carta aberta publicada em abril pelo jornal O Globo . 

"Tristemente, sou sim fruto de uma geração que aprendeu, erradamente, que atitudes machistas, invasivas e abusivas podem ser disfarçadas de brincadeiras ou piadas. Não podem. Não são", disse em um dos trechos. Por fim, disse que o seu reconhecimento público deveria servir para alertar a tantas pessoas da sua mesma geração que pensavam e agiam da mesma forma como ele, levando a refletir e incentivar a mudança. 

A emissora, na época,  divulgou comunicado enfatizando " que repudia toda e qualquer forma de desrespeito, violência ou preconceito. E que zela para que as relações entre funcionários e colaboradores se deem em um ambiente de harmonia de acordo com o Código de Ética e Conduta do Grupo Globo ". 

Após as acusações contra Mayer, além de Aguinaldo Silva, a atriz Berry Faria saiu em defesa do ator recentemente. "Ele nunca fez assédio comigo e nunca vi fazer com ninguém. É um colega maravilhoso. Fiquei muito triste com o que aconteceu", disse ela.

Carreira na Globo

O ator teve mais de 35 anos de carreira e trabalhou com quase todos os autores da casa, dentre eles Aguinaldo Silva, em "Fina Estampa" (2011), "Senhora do Destino" (2004), "Tieta" (1989) e "A Indomada" (1997), Manoel Carlos em "Viver a Vida" (2009), "Páginas da Vida" (2006) e "Presença de Anita" (2001), João Emanuel Carneiro em "A Favorita" (2008), Benedito Ruy Barbosa em "Esperança" (2002), Cassiano Gabus Mendes em "Meu bem, Meu Mal" (1990) e Gilberto Braga "Pátria Minha" (1994). 

José Mayer estreiou na Globo em 1980, no folhetim "Chega Mais" e trabalhou também em outras novelas como "Selva de Pedra" (1986), "Laços de Família" (2000), "Mulheres Apaixonadas" (2003), "Saramandaia" (2013), " Império" (2014) e "A Lei do Amor" (2016) - sendo esse seu último trabalho na emissora e afastado antes do fim da trama após a polêmica.

 

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